domingo, 15 de agosto de 2010

Há tempos que não vejo nada,
Seu moço, eu não vejo uma palmo na frente do nariz.
Não vejo nem os meus, nem os seus traços.
Porque não tenho olhos,
Não tenho vida também,
Tudo isso está dissipado por completo.
Porque as coisas tomaram uma forma tão absurda.
Que se tornaram perfeitas.
O céu e o sol são a minha alma.
O horizonte é a verdade.
Eu sou uma janela iluminada.
Nua, crua e sem visão.
E tudo em mim está completo!


Eloína de Queiroz