sexta-feira, 6 de maio de 2011

Essa tempo está apressado, quase fugidio, mal vivi, já sinto saudades.
E tenho mania de querer tudo. Acordar cedo e ver o por do sol e ficar na cama pensando na vida, ou pensando em nada. O que na maioria das vezes é a mesma coisa.
Vou perder os relógios, brigar com os calendários. afogar agendas, matar despertadores.

O que você quer ser quando crescer? O que você vai ser quando essa vontade de ''ser'' te sufocar?
Eu não sei quem fui, não sei quem sou, não sei quem serei.
Mas há um liberdade tão intensa e tão magnífica em não saber. É um aconchego na alma.
E agora dei pra simular paixões, como se fosse fácil e automático. Quem dera...
Eu só tenho novidades antigas, e o que eu queria era um afago no cabelo, olho no olho e frio na barriga.
Sonho com colo enquanto coleciono calos.
Vou brincar com a sorte, porque tenho tudo a perder.
Recuperando a fé em mim.
A rotina não está doce, mas chocolate amargo sempre foi meu favorito. Devorá-la sozinha me parece interessante, agora que fiquei de bem comigo.

O que você quer ser quando você crescer?
Você ainda quer crescer?

Eloh

sexta-feira, 22 de abril de 2011

eu quero o teu lado despudorado
o lado mais sensível e o mais cruel,
eu quero estar sempre exacerbada,
do teu desejo cego, do teu fel
eu quero mil vezes ser só tua,
e milhões de vezes vê-lo fugir,
eu quero um  grito desesperado,
eu quero um mar,
uma correria, um rebuliço
eu quero o teu pior,
porque o pior,
é sempre o mais intenso,
o mais profundo,
a maior parte possível de um ser.

Eloína Queiroz

segunda-feira, 18 de abril de 2011

E se eu vier com força de um vulcão?
Será se esse mundo suportaria?
Será se a terra então abriria?
Será se as rochas intransponíveis seriam pó?

Não sei a quanto tempo, a quantas eras,
Guardo dentro de mim essa fera,
Com grades de falsa calma
E falsa dó.

Perceba que o meu falar esta errado,
Que esse meu agir esta mofado,
Que o meu melhor nunca existiu.

E quando tudo que eu posso é calmaria
Calo-me e escondo-me em voz fria
Finjo ser amiúde e sou torpor.

Eloína de Queiroz

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Nunca conheci ninguém verdadeiro.
Não a ponto de ser TOTALMENTE crú.
Sem desvios, sem entorpecentes, sem maquilagens.
Alguém que fosse simplesmente despido.
Nú .
Tudo e nada estão misturados,
de modo que eu não sei o que é isso e o que é aquilo.
Os olhos são disfarces,
Os gestos são  falácias.
Os gostos são  em vão.

Onde há pouco ou quase nada,
nessa viva torta e execrada.
Quanto vale viver?
Ainda vale o ser?
O que eu posso saber?
Será se ainda sou eu?



Eloína de Queiroz

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Então, em um dia qualquer, eu acabo me flagrando, 
folheando antigas cartas, vendo fotos antigas,
revivendo momentos, sentimentos pensamentos.


Eu percebo que sinto saudade,
do que nem era tão bom assim quando era 
o que eu vivia.


Eu vejo, que eu era cega.


Mas não é arrependimento.
É só saudade boa mesmo.
Porque a minha vida não é construída
em meios termos.
Ou ama ou ''desama.''.
Lambe ou morde.
Ata ou  desata
Gosta ou não se importa.
Eu sou intensidade.
E não há balança que dê jeito.




Eloína Queiroz